terça-feira, 15 de janeiro de 2008

No calor do momento


Eu ia escrever um texto sobre o calor destes dias de verão... Mas desisti: falar desse assunto é chover no molhado. Vou, pois, fazer uma reclamação.
Se ninguém entender, a mim tanto faz, mas basta eu ter escrito para me sentir melhor.
Caso não saibam, e a grande maioria da população da terra não sabe, sempre estive ligado aos movimentos musicais de Caxias do Sul.
Iniciei minha carreira em 1978, quando um colega com cara de maluco (ele realmente era maluco, mas eu só fui ver isso depois) me convidou para entrar pra banda marcial da escola, Cristóvão de Mendoza.
Foi algo que mudou completamente a minha vida, a minha visão do mundo e fez com que eu gostasse cada vez mais mais das coisas relacionadas à cultura em geral e à música em particular.
Dediquei meus esforços durante 10 anos (1978 a 1988. Em 07/09/1988 a banda encerrou as atividades, por falta de recusrsos) ao engrandecimento da entidade, ao ensino dos novos aprendizes e à coordenação do grupo.
Foi um tempo muito bom, onde aprendemos coisas boas e coisas ruins, conhecemos pessoas de todos os tipos. E foi um tempo onde tocar era a coisa mais importante do mundo.
A banda era masculina, ou seja: nada de moças tocando. Era uma tradição.
Logo, as brincadeiras com os novatos eram constantes. A mais tradicional acabou sendo chamada de "A ROSA".
Era o batismo.
Do mesmo jeito que a gente assistiu no filme "Tropa de Elite", onde os novatos eram iniciados em uma ação real.
E o batismo era a cerimônia "d'A ROSA". No que consistia:



  • nas viagens que aconteciam (apresentações em geral, concursos, etc...) um grupo dos "antigos" (alguns desses antigos: Jacaré, Xumbinho, Xodó, Boca, Miudinho, Paulinho, Ricardinho, Leonardo, Jonas, e por aí vai) pegavam um surdo, um caixa, as respectivas baquetas

  • os demais portavam baquetas de bumbo e de surdo.

  • saiam a cantar pelo corredor do ônibus: "- E viva a rooooosaaaaaa!!! AAAAA Roooosaaaaaaa!!! Cantada em veeeeersosssss!!! cantada em prooooooosaaaaaa!!!!" (essa é uma valsinha das antigas, cantada por Moacyr Franco)

  • quando chegavam perto da "vítima" escolhida para o batismo, utilizavam-se das baquetas para importunar o pobre diabo, fazendo gestos que as mesmas seriam introduzidas nele.

  • CLARO que isso não acontecia.

  • Isso NUNCA ACONTECEU!!!

  • Mas era um ritual. Todo mundo passou por isso.

  • Teve gente que ficou pra lá de assustado.

  • Mas depois, acabou entendendo a brincadeira e passou a atormentar a próxima safra de novatos.

Só que chegou num ponto que encheu. Ninguém mais tinha paciência pra aturar essas coisas.
E acabou morrendo junto com a banda.
Perdurou mais alguns anos na Banda Municipal de Caxias do Sul, já que muitos componentes da Banda do Cristóvão formavam a base da Banda Municial.
O maestro acabou proibindo isso: éramos todos adultos e essa palhaçada já tinha durado muito.
Passou-se um tempo e a banda do Cristóvão voltou a funcionar.
Pessoas novas, novos projetos. Velhos rituais foram invocados, como coisa de vudu ou de acordar múmias milenares.
Como não participei dessa volta, não sei com que profundidade as velhas mandingas foram lembradas e/ou utilizadas.
Na comunidade da Banda do Cristóvão no Orkut alguém pediu "o que é 'A ROSA'?"
Eu contei o que era.
Pois bem, o distinto senhor dono da dita comunidade me expulsou por ter "contado o segredo".
Agora, que preciso divulgar informações importantes para a comunidade, referente ao nosso trabalho conjunto para a Festa da Uva 2008, fui descobrir essa proeza.
Me senti muito contrariado. Primeiro por saber que tinha sido expulso e segundo por descobrir o motivo.
Segredos só são segredos quandouma pessoa sabe. Quando mais de uma pessoa souber, não existe mais o segredo.
Aliás, fica uma pergunta no ar: será que o senhor proprietário passou pelo ritual?
Como somente os sacerdotes das antigas sabem a verdadeira cabalística do processo, acho que não. E só conta a história pra assustar os novatos. Coisa de "Bicho Papão".
Não perdi meu sono por causa desse episódio.
Tomara que a banda viva cada vez melhor sem mim.
Enquanto isso, segue o baile. Na festuva 2008, surpresona marcial.
Até a próxima.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Ano Novo, Blog novo!

Muito bem. Depois de muitos anos tentarei novamente tentarei manter um blogzito.
Porque FALÁCIAS & FANFARRONADAS?
Porque sim.
Falácias nada mais são que conversas, bravatas ou, (no linguajar douto dos nossos representantes eleitos) "prosopopéias flácidas para acalentar o bovino".
Fanfarronadas são um espécie específica de falácia. O que difere esta de uma falácia comum é que o autor da fanfarronada pode dar-se ao luxo de tratar o mundo como se fosse seu quintal, de forma onipotente e inquestionável. Isso inclui pessoas, animais e objetos.
O verdadeiro fanfarrão é o falastrão convicto de suas falácias.
Não é o meu caso.
Eu apenas tenho cá minhas falácias.

Mas chega desse português castiço e casmurro. Vamos às razões deste projeto



  1. Falar por falar de alguma coisa ou de coisa nenhuma
  2. Falar sobre alguma coisa interessante ou idiota na área de Tecnologia da Informação
  3. Falar de Música, de boa música, de música ruim, de causos musicais
  4. Falar de músicos e outros seres estranhos
  5. Falar do tempo
  6. Falar de política e politicagem
  7. Falar das aventuras da minha cachorra Lilica, que (na opinião de um antigo ministro da saúde) "- ...é um ser humano como qualquer outro..."
  8. Falar sobre os comentários (ou a falta de) dos brilhantes artigos que aqui serão apresentados, gratuitamente por este gênio (incompreendido é preciso dizer) das letras
  9. Falar das dificuldades, alegrias e aventuras de se manter um blog. Aliás, acho que o conceito dessa encrenca me foge. De repente, aprendo e outros sem raciocínio como eu poderão ter as suas dúvidas exclarecidas.
  10. Falar de amor. Declarações de amor. É preciso amar. Muito. Esse ddeveria ser o primeiro tópico das razões. Mas o amor não é comandado pela razão. Então tanto faz aqui ou lá. Esse tópico é muito importante. independente da ordem de apresentação.
  11. Falar. Falar. Falar.
  12. Colocar alguns endereços legais e comentar o porque eu acho legal.
  13. Se me lembrar de mais coisas, acrescento.


Não sei qual será a periodicidade de atualizações desde pequeno mundo de palavras. Vai depender da quantidade de falácias e da paciência em lembrar delas e publicar.

É isso